sábado, 25 de setembro de 2010

Quem és?

Quem é esta mulher,
Cujo olhar me faz tremer a espinha dorçal?
Esta mulher cuja respiração
É um ar gelado e sóbrio que me desperta?

Eu quero saber quem é,
Que os lábios tão doces como açucar mascavo;
Esta que tem um pescoço
Pescoço macio e cheiroso como flôr-de-leite.

Vem até mim mulher
Cujos seios me arrebatam a castidade,
E esta tua barriga em baixo de panos
Tem formas como uma lua de mil fases.

Eu quero te tomar pelos braços
Braços longos como a história humana,
E capturar para mim tua alma,
Alma minha, tão minha quanto minhas falhas.

Amar-lhe ei, até meu desfalecer.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

sem título.

Se sentes minha falta,
Minha ausência,
Realmente,
Implora clemência!

Se precisas de mim,
Ouve meu eco,
Que vem pelo vento,
Em pleno relento.

Esquece teu nome,
Abdica do teu orgulho,
A dor é entulho,
Eu te encontrarei.


Vai além da ausência,
Além da dor, do amor.
É uma ferida exposta,
Que só fecha, com teu toque.

É uma latência,
Que só para com teu beijo,
É um medo mortal,
Que só some, com teu corpo inteiro.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

        Aqui começa um novo capítulo. Toda mudança é uma mudança, para alcançá-la poderemos precisar de perseverança, desde a infância. Pode ser uma mudança física, psicologica, corporal, espacial, e em casos extremos, temporal, para mim, são todas. E para você, leitor: O que cada dia representa para você?

        A palavra desponta como uma estrela orfã, um gorila sem galho, uma aranha cuja teia se perdeu nas linhas do tempo. Assumo total responsabilidade ao escrever, mas não chego a remediar a sua de ler. 


             Dizem que é bom respirar novos ares, introduzir-se a novas paisagens, pensamentos. Mas e se o novo ar, for tão próximo ao antigo? E então que se for, pode ser insignificante, rispidamente vagal, mas pode não chegar a ser. Saí de um lado do deserto, atravessei o oasis, e vim a existir na outra ponta do deserto.

           É um ambiente semelhante, sobe-me uma ânsia de deja-vu, mas ignoro. É um lugar novo, houve deslocamento, logo, é significativo. Eu hei de acostumar-me com as novas particulas de oxigênio, as desse local.

                                          ... Um bom começo é: dormir.

sábado, 21 de novembro de 2009

"São as águas de março fechando o verão, 

É  a promessa de vida no teu coração."



E se em uma janela,

Com resquícios de sol,

Eu puder ver o céu,

Signfica que eu vivo?

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Fechei um livro,
Dobrei uma folha,
Em minha sollidão:
Coloquei uma rolha.
Sorrindo, eu saio,
Antes que chova,
Correndo pelo caminho.
Chego em casa,
Casa muito boa.

  

   

                                 Casa 28

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Não precisa, não tente me salvar,

Desde tédio que não passa e paira no ar.


O tédio, um operário do destino.

Para um qualquer que nasça, e cumpra esta sina.

É um fardo pesado e invísvel, levemente inexistente, mas substância inerente.


No apogeu da existência, alucina a consciência,

Chega a causar demência, como um vírus letal.

Ele está aqui, ali, em todo canto, mas sem espanto, ele segue seu pranto.


É como um fantasma, espera sua distração,

Perfeito estado de depressão. Culpam os jovens monótonos,

Mas eles sozinhos não são.


Pense nele e ele aumenta, o esqueça e ele persiste,

E é por isso que não existe,

Uma real salvação.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

"Já pensou como seria sua morte?

Parou para pensar o que é a morte?


A morte é vista de vários jeitos, com vários olhares.

Para as religiões ocidentais, é o fim, o julgamento.

Para o espíritismo, fase de transição.


Quem garante que morreremos?

E se proferir que já morremos,

E não avaliamos tal fato?


Não sou eu, uma alma invisível, no meio da multidão,

Uma alma que vendeu a emoção,

Que irá desmentir o espíritismo e a religião.


Acontece que eu afirmo,

Como quem afirma sabendo, afirmo o quê?

Afirmo que já morri, e posso todos vocês ver. "



                                                                      Carta em uma lápide.